Nesta semana uma das Oficinas do SESC acontece aqui perto de casa e conta a história de parte desta região que acolheu minha família em 2005: o Belenzinho. Nos dias 16, 17 e 18/03, das 14 às 17 horas, o artista Silvio Alvarez ensina sua técnica de colagem em oficinas gratuitas (sem necessidade de inscrição antecipada) numa reflexão sobre o bairro do Belenzinho, o processo de urbanização e a relação entre homem e ambiente. A partir de recortes de revistas serão criados pequenos quadros numa construção coletiva de intensa integração e troca entre os participantes da proposta Recortando o Belenzinho.
E você ligou o nome à novela Ti-ti-ti? É sim o bairro da Zona Leste no qual cresceram Ariclenes Martins e André Spina, os costureiros da trama das sete que acaba nesta semana. O SESC fica na frente do cemitério da Quarta Parada, que considerado um bairro da região sudeste do município de São Paulo, com território em três áreas diferentes: Mooca, Belém e Água Rasa. Como o nome dá a entender, Quarta Parada era uma parte da linha férrea e tem íntima ligação com o início da urbanização da região ligada ao desenvolvimento da imigração européia em São Paulo a partir do primeiro quarto do século XX.

Fui pesquisar a história do Belenzinho também:
“Ano de 1899. Surge um novo bairro que foi desmembrado do bairro do Brás por decreto do presidente Dr. Fernando Prestes Albuquerque. Seu nome? Belém. Ou melhor, como o próprios moradores antigos corrigem: Belenzinho. Dois anos antes era inaugurada a paróquia São José do Belém, que pertencia a Igreja Bom Jesus do Brás, em 15 de agosto de 1897. Neste mesmo dia foi realizado o primeiro batismo na paróquia; a criança era Izolina, filha de José de Augusto da Rocha e Rosa Garcia Passos. O primeiro casamento ocorreu em 4 de setembro deste mesmo ano entre Dário Francisco Chaves e Antônia de Castro.
Pelo fato da região ser cercada por chácaras, pomares e ar puro era procuradíssima pelas ricas famílias de São Paulo. Em 1909, o bairro ganha sua primeira escola: Grupo Escolar do Belenzinho, posteriormente chamado de Amadeu Amaral. Quem hoje entra no colégio que foi tombado pelo patrimônio histórico, se surpreende com a conservação da sua estrutura, mantida pelos seus dirigentes. No ano de 1908, a população do Belenzinho chega a 10.000 habitantes. Já em 1910, os belenenses ganham seu primeiro lazer: o Cine São José de Belém. Dentro em pouco, aparecem as fábricas que iriam impulsionar o desenvolvimento na região, começando pelas vidrarias. Como diria Jacob Penteado, autor do livro “Belenzinho 1910″, eram chamadas pomposamente de cristalerias. Entre elas: a Germânia, a Multividros, a Barone e a Lusitana. Depois vieram as tecelagens, Santista, Matarazzo, Lanifício Inglês, Fileppo, Gasparian e Varan.”
Revista IN Online
A reportagem continuava atualizando e contando que o bairro enfrenta dificuldades na atualidade. “Com o passar dos anos, muitas indústrias foram embora deixando enormes galpões desativados. As mansões da Celso Garcia transformaram-se em cortiços. Falta lazer em toda extensão do bairro. Não há cinemas, shoppings e lojas âncoras na região, além do agravante de ter dois cadeiões próximos a Febem. O comércio enfraqueceu, como atesta Manoel Pitta: “Seu grande concorrente são os shoppings em bairros vizinhos”. A construção da Avenida Alcântara Machado (Radial Leste) dividiu o bairro ao meio. Sendo que estas partes são ligadas através do Viaduto Guadalajara. Apesar disso, os próprios moradores tentam reverter o quadro.”
Creio que este novo quadro estará nas obras das oficinas que acontecem nesta semana. Estou ansiosa para vê-las! E se você tiver tempo numa destas tardes, passe lá e participe.
Recortando o Belenzinho acontece no SESC Belenzinho, na Sala de Oficinas 2 e podem participar os maiores de 12 anos. Informações: Rua Padre Adelino, 1.000. Belenzinho São Paulo – SP CEP 03303-000 telefone: 11 2076-9700 fax: 2076-9798
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