Mesmo cidades como Curitiba têm pontos nos quais podemos ajudar a melhorar sua estrutura.
Um exemplo é esta rua que foi asfaltada sem que removessem o poste de luz do meio da rua e agora precisa ser “consertada”. Este processo demora e insistir com a companhia de energia e a prefeitura depende dos vizinhos, da reação conjunta da comunidade.
Setor 2,5… Tenho ouvido este termo com muita frequência em reuniões de um novo projeto e me vi pensando em como, sem nenhum planejamento, cresci pensando no mundo como um espaço onde as soluções só podem sair da mescla do segundo com o terceiro setor. Assim como na educação eu defendo a união de “pais, filhos e professores” num movimento que tem “eu, você e todos pela educação”, transporto esta visão de gestalt para todas as áreas nas quais precisamos que a engrenagem atue como uma máquina que pode (quer?) produzir unindo forças.
Costumo falar brincando para as pessoas nas quais vejo a união de talento (conteúdo) e caráter (ética) – já comentei aqui, a cada dia vejo com mais força como é imprescindível esta dobradinha para trabalhar com alguém – que “juntos somos ótimos”. Esta frase martela na minha cabeça desde criança por conta do musical Saltimbancos, do original italiano (com letras de Sergio Bardotti e música de Luis Enríquez Bacalov) que aqui no Brasil se popularizou com versão de Chico Buarque (e de Lucinha Lins e Os Trapalhões, para muitos de nós). Assim como dos dois irmãos (Grimm) captaram do povo histórias como a que inspirou os Saltimbancos (do conto Os Músicos de Bremen), aproveitaram as histórias do povo para produzir seus famosos contos infantis (e também um precioso trabalho com a história da língua alemã), na minha visão de menina de interior, que viveu numa sociedade onde não havia setores tão organizados e cada um atendia às necessidades do próximo quando elas batiam à sua porta, creio também que posso continuar tanto com meu trabalho do segundo setor quando o do terceiro setor, numa atitude que vejo ser cada vez mais frequente, que é a do setor 2,5.
“O Primeiro Setor é o setor público, dos governos e suas instituições que, em teoria, atuariam para o bem estar coletivo sem distinção.
O Segundo Setor é o mercado, empresas que exercem atividades privadas, as que atuam em benefício próprio e particular.
O Terceiro Setor é o das organizações sem fins lucrativos, atuando nas lacunas deixadas pelos setores públicos e privados.”
E como uma empresa se posiciona neste espaço intermediário? Creio que em primeiro lugar sendo ética em suas atividades – com clientes, com fornecedores, com a sociedade – e buscando atuar corretamente no impacto social de sua atuação. Mas continuamos a ser empresas que visam lucro, não é mesmo?
E ter lucro (não os abusivos, mas os justos, frutos de um trabalho que foi acima da média) é um bônus que permite que pensemos em novos projetos, tenhamos fôlego para pensar além da sobrevivência e encontrar inspiração para planejar mais do que o mero cotidiano, fugindo do lugar comum.
E você leitor, acredita na atuação de empresas em ações cidadãs, numa mescla de segundo e terceiro setor? E conhece propostas bem sucedidas nesta área?
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