[/update]
“O Twitter calando Galvão Bueno é o povo na revolução francesa tomando a Bastilha e decapitando Maria Antonieta.”
Rosana Hermann (@rosana) hoje no Twitter
De algumas coisas, só rindo. Não sei o que me surpreende mais: se ter gente tão talentosa (e desocupada, acreditam alguns) para fazer o video abaixo, uma campanha para manter o CALA BOCA GALVAO nos TT (trending topics, os termos mais populares) do mundo ou se o próprio Galvão Bueno gostar do hype.
“@galvaobueno: hoje descanso das narrações, mas vcs tanto fizeram que já saiu até no El País ¿Cala boca, Galvao? http://migre.me/OO2V”
O blog @naosalvo conta a saga, que pode ser resumida assim pelo tuite de @rosana que abre o post, que, não trata especificamente da antipatia das pessoas pelo comentarista esportivo mais concentuado do Brasil, mas da força do que @alessandro_m chamou, com certa razão, de “manada” e minha mãe chamou de “turba”.
Tem razao o “cala boca”? Creio que não porque felizmente temos opção, ao contrário (e até por causa) da Revolução Francesa e podemos escolher uma emissora diferente para ver o jogo, evitando assim ouvir sua locução. Mas nos dá uma amostra importante da força do Twitter para fazer “ondas” e dar sinais da capacidade de “movimentação” do cidadão 2.0, que depois da Copa se travestirá de Eleitor 2.0.
O que queremos que reverbere sobre nós no exterior, como aconteceu neste caso no El Pais e The New York Times?

A imagem do Brasil na semana antes da Copa: Marta Luiza Viotti do Brasil a favor do Irã no Conselho de Segurança da ONU.
Eu quero mais do que esta imagem da representante do Brasil se abstendo de votar contra o Irã atômico no Conselho de Segurança da ONU, mas para isso precisamos de mobilização. Apesar das críticas sobre a futilidade do #calabocagalvao (lembram-se do #foradourado na época do BBB?), é um aprendizado que os brasileiros estão tendo – alguns junto com sua alfabetização virtual, outros já doutores no tema – e que permite um avanço na forma como percebemos nossa capacidade de nos unir em torno de algum tema que nos incomoda e que queremos que mude. Foi assim em outros movimentos – o #forasarney virou piada, mas uniu gente interessada em política – dos quais o grande vitorioso é o #fichalimpa.
Internautas brasileiros se reuniram em uma grande petição online para juntar as assinaturas usando Twitter e Facebook para disseminar a campanha e obter o maior apoio possível da população para o projeto de lei, numa campanha lançada em abril de 2008 com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país. Segundo o Projeto de Lei de iniciativa popular a população teria mais informações sobre a vida pregressa dos candidatos e, em muito por conta da pressão popular nas redes sociais, a lei (aprovada pelo Congresso e sancionada pelo Presidente em 04/06/2010) torna inelegíveis candidatos que forem condenados por órgão colegiado em crimes como improbidade administrativa, abuso de autoridade, racismo, tortura, abuso sexual, formação de quadrilha, crimes contra a vida e crimes hediondos, dentre outros.
Um avanço, sem dúvida. E um convite para pensarmos juntos sobre a força dos “cala boca galvao” que podem vir por aí. 😉
[update] Na noite desta terça Galvão deu sua opinião sobre a campanha numa entrevista para @tiagoleifert na @centraldacopa. [/update]Latest posts by Sam @samegui Shiraishi (see all)
- Como sair das bolhas? Como distinguir notícias falsas das verdadeiras neste mundo de pós-verdades? - 18/04/2018
- Propostas para fortalecer a participação das juventudes brasileiras em prol da melhoria da educação - 16/04/2018
- Your name: a esperança que sobrevive às piores fatalidades - 14/04/2018
- Vida com propósito - 10/04/2018