ABNT me lembra meu tempo de curso técnico na adolescência. Foi lá que descobri que uma Associação Brasileira de Normas Técnicas definia um padrão para várias coisas no país e que, de fato, passei a entender a importância da normatização para o crescimento econômico. O que era chato para aprender, decorar, seguir, hoje é um alívio para quem compra ou vende, para quem quer que o país se desenvolva.
Já pensaram em como seria complicado o transporte, a execução, a conclusão, enfim, a logística se não houvesse uma padronização mínima? Mas a padronização é necessária não só na indústria – é nas escolas, como mostrou a polêmica das apostilas não aprovadas pelo MEC -, ela se torna imprescindível num momento em que se pensa no futuro do planeta de forma global.
Hoje à tarde estarei numa reunião na Fiesp que debaterá esta questão sob um ponto de vista sustentável:como o setor privado brasileiro, consciente das transformações que as mudanças climáticas estão provocando no panorama global, está se posicionando quanto à criação de normas para regulação do mercado voluntário de carbono.
Soube que o assunto vem sendo discutido amplamente há quase um ano no Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp e foi recebido com entusiasmo pela ABNT. E quais os objetivos desta ação? Alcançar o espaço dos mercados voluntários, os que tem o objetivo de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) – um espaço no qual compradores e vendedores não estão contingenciados por legislações mandatórias, como o Protocolo de Kyoto. Pois é, enquanto o mercado regulado de carbono é organizado por entidades com poder legislativo, o mercado voluntário é o resultado de uma auto-regulação.
O Brasil é o quinto maior emissor no ranking mundial. Bom motivo para considerar cenários de contingenciamento de emissões no longo prazo e a consequente existência de mercados de comércio de redução de emissões, acompanhando tendências mundiais e antecipando-se a comprometimentos com futuras metas. Neste caminho é que a criação de uma norma voltada para a estruturação de um mercado de carbono interno pode trazer benefícios tangíveis e intangíveis para o País.
A tendência de regionalização do mercado de carbono no Brasil já é realidade na Comunidade Europeia, Austrália e nos Estados Unidos, países que têm mercado interno estruturado. Seremos os próximos neste grupo? É o que vou conferir hoje!
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