Quando estava na faculdade fiz uma disciplina optativa chamada Psicologia Social. Foi muito interessante porque, além do conceito mais ligado à sociologia, que eu gosto, tivemos um professor que concluia naquela época o doutorado em Adicção (“drogadicção”) na Universidade de Sourbonne, na França. Foi aí que toda conceituação do termo – que se refere à escravidão e dependência de algo – passou a fazer parte das minhas reflexões sociais.
Lembrei destas reflexões quando vi uma notícia sobre o tratamento com viciados em internet e em games na Coreia do Sul. Lá cerca de 8% da população entre 9 e 39 anos é viciada em internet ou games, segundo dados oficiais de 2010. A reportagem mostrava um hospital no qual são tratados os pacientes que sofrem de “internet or gamming adiction” (vício em internet ou jogos) e mostra que definir esta turma como “viciado” não é exagero! O comportamento e as técnicas usadas para tratar essas pessoas são muito similares aos de casos de dependentes do álcool e de outras drogas.
Vale a pena observar na lista abaixo os 5 sinais que mostram que o comportamento é de viciados em games e internet:
1) Rotina desregulada: sem se dar conta do horário fora do padrão biológico saudável, a pessoa, por exemplo, passa a madrugada inteira jogando e dorme durante toda a tarde
2) Abandono de responsabilidades: para ter mais tempo para gastar na frente do computador, a pessoa deixa de ir trabalhar ou falta às aulas
3) Tempo de uso crescente: normalmente começamos a jogar poucos minutos, mas para os viciados poucas horas de jogo já não satisfazem, a pessoa precisa passar cada vez mais tempo no mundo virtual
4) Síndrome de abstinência: é um sinal de dependência. Quando é obrigada a se “desconectar”, a pessoa perde a paciência facilmente ou fica excessivamente ansiosa
5) Necessidade descontrolada: com o tempo, a pessoa tem uma forte necessidade de jogar (ou navegar na rede), muito mais forte do que seria normal.
Confesso que me identifiquei com alguns dos itens, talvez você tenha sentido o mesmo! Vale para pais e filhos se observarem mutuamente e cuidarem uns dos outros, evitando que a vida virtual “roube” tempo da vida real e distancie as pessoas, né?
P.S. E para quem quer ir além, vale ver o vídeo (em inglês) com a reportagem:
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